sábado, setembro 11, 2010

quarta-feira, junho 23, 2010

Governo do Pará entrega novas patrulhas

Evento realizado em Belém entregou simbolicamente novas patrulhas agrícolas para 18 municípios do Pará oriundas de emendas a OGU do deputado Giovanni Queiroz (PDT) para secretária de Agricultura do Pará












Giovanni Queiroz discursando aos agricultores e prefeitos presentes no evento promovido pelo governo do Pará

Da Assessoria de Imprensa

De Brasília – Em 23/06/2010

Em evento ocorrido na segunda-feira, 21/06, na Unidade Agropecuária (Uagro) da cidade de Belém, a governadora Ana Júlia Carepa (PT) entregou, em ato simbólico, para 18 prefeitos do Pará, as chaves de novas patrulhas agrícolas que auxiliarão os trabalhos na produção rural.

A verba para a aquisição das máquinas é oriunda de emendas individuais e de bancada do deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA) ao Orçamento Geral da União (OGU) destinado a Secretaria da Agricultura do Pará. No total, o valor destinado pelas emendas do parlamentar foi de R$ 2,5 milhões. O governo Estadual contribuiu com 10% deste valor, contribuindo com R$ 250 mil.

As cidades contempladas pela união das emendas do deputado Giovanni Queiroz com a ação da Secretaria de Agricultura do Estado foram as seguintes: Água Azul do Norte, Alenquer, Barcarena, Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Breu Branco, Canaã dos Carajás, Chaves, Floresta do Araguaia, Goianésia do Pará, Itaiatuba, Itupiranga, Medicilândia, Nova Ipixuma, Novo Repartimento, Rio Maria, São Domingos do Araguaia e São Francisco do Pará.



















Governadora Ana Júlia (PT) e deputado Giovanni Queiroz (PDT) na Uagro


No encontro, o deputado Giovanni Queiroz afirmou que a aliança entre ele e a governadora é para resultar em atos como este. “As novas patrulhas agrícolas que serão entregues aos municípios irão auxiliar e muito o árduo trabalho dos agricultores familiares que contribuem enormemente com a economia do Estado e do País”, disse. “Trabalhamos juntos para melhor servir a população do campo e das cidades”, completou.

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Humberto Azevedo

Assessor de Imprensa-Adjunto do Deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA)

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terça-feira, junho 22, 2010

Comissão aprova projeto que autoriza ZPE em Marabá

Proposta de autoria do deputado Giovanni Queiroz objetiva desenvolver a região, além de ofertar milhares de empregos à população










O município de Marabá está próximo de receber uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), falta a CCJ da Câmara e o Senado apreciarem a proposição de autoria do deputado Giovanni Queiroz

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) da Câmara dos Deputados, aprovou na última quarta-feira, 09/06, autorização para que o Poder Executivo crie uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em Marabá, no sul do Pará.

A medida está prevista no substitutivo do deputado Jurandil Juarez (PMDB-AP) ao Projeto de Lei 5375/09, do deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA). O texto original do projeto criava a ZPE, enquanto o substitutivo apenas autoriza a criação.

Uma ZPE é uma área de livre comércio destinada à instalação de empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializados exclusivamente no exterior. As empresas autorizadas a operar nesse regime têm isenção de impostos, tais como o Imposto sobre a Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Cofins, PIS/Pasep, Confins-Importação, PIS/Pasep-Importação, além do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM).

Para o autor do substitutivo e relator da proposta, deputado Jurandil Juarez, o Congresso Nacional deve apenas autorizar a ZPE e não determinar diretamente a criação, sob pena de ser questionado. “No mérito, não há prejuízo à proposta nem, muito menos, à população da região”, afirma.

O parlamentar amapaense ressalta que Marabá tem se firmado como importante centro econômico e que sua localização privilegiada, na confluência dos rios Tocantins e Itacaiunas, demonstra que o município tem condições para ser sede de uma ZPE

Tramitação – A proposta já aprovada na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional (CAINDR) em setembro de 2009, segue agora para apreciação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Como tramita em regime conclusivo nas comissões, a proposição – se aprovado na CCJ, seguirá para apreciação do Senado da República. À exceção será caso haja recurso para deliberação pelo plenário.

sexta-feira, junho 11, 2010

Ministério Público é repudiado em Comissão da Câmara dos Deputados

Comissão de Agricultura da Câmara aprovou requerimento de Giovanni Queiroz (PDT-PA) que apresenta Moção de Repúdio a campanha “Carne Legal” do Ministério Público Federal (MPF) que generalizadamente associa pecuaristas a desmatamento, trabalho escravo e lavagem de dinheiro


Pedetista Giovanni, indignado, não acredita na insensatez dos membros do MPF

Da Assessoria de Imprensa De Brasília – Em 09/06/2010


A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados (CD) aprovou na manhã desta quarta-feira, 09/06, em sua sessão deliberativa, requerimento de autoria do deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA) e de outros mais 14 parlamentares apoiadores, Moção de Repúdio ao MPF por iniciar a campanha “Carne Legal” que generaliza a atividade pecuária do Brasil a operações ilegais como desmatamento, trabalho escravo e lavagem de dinheiro. A apreciação do requerimento que aprovou a Moção foi discorrida de muita indignação por parte da ampla maioria dos parlamentares membros da Comissão. O autor Giovanni Queiroz afirmou ser inaceitável a postura do MPF em trabalhar contra o Brasil. Para ele, os vídeos e áudios disponíveis no endereço cibernético www.carnelegal.mpf.gov.br e já veiculadas nas mídias televisivas e radiadas do País, deveriam ser imediatamente retirados do ar. Giovanni Queiroz pontuou que a Moção de Repúdio não é contra a campanha em si, mas, sim contra a irresponsabilidade dos procuradores da República que de maneira generalizada associaram a atividade pecuária dos produtores rurais a operações ilícitas. “Não é esse o papel nobre que a Constituição concedeu ao MPF”, bradou. O parlamentar pedetista lembrou que a campanha oferece ainda banner’s que estão anunciados na mídia impressa, além de oferecer spot’s para serem publicados em sítios e blog’s diversos. Paralelo a Moção de Repúdio aprovada, foi autorizado ainda pelo presidente da CAPADR, Abelardo Lupion (DEM-PR), o envio de um requerimento de informações a ser entregue no MPF arguindo a direção do órgão se os custos da campanha “Carne Legal” saíram da dotação orçamentária a que o MPF tem direito na União ou se alguma entidade privada e não-governamental auxiliou nas despesas. Alem disso, um convite aos dirigentes da Procuradoria Geral República (PGR) para comparecer à CAPADR também foi feito. A Moção de Repúdio obteve 22 votos favoráveis e apenas um contrário. O parlamentar que votou contra a Moção foi o petista Nazareno Fontelles (PI). A alegação do petista é que a campanha não tinha a intenção de atacar os bons produtores. Alegação rebatida pelo deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) que replicou: “Não tinha, mas atacou e prejudica enormemente um dos sustentáculos da nossa balança comercial no exterior”. Caiado entoou o coro do deputado Giovanni Queiroz e completou: “é uma ação de lesa-pátria o que o MPF fez com esta campanha generalizadora”. O ex-líder dos Democratas, Ônix Lorenzoni (RS), comentou: “e com dinheiro público sabotando onde o Brasil mais se destaca”, lembrando da importância que a cadeia produtiva da carne tem na economia nacional.

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Humberto Azevedo

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terça-feira, junho 08, 2010

Proposta, aprovada na Câmara, torna federal trecho de rodovias do Pará


Projeto de autoria do deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA) torna trecho da PA-254 até PA-473 que liga a BR-163 a BR-156, na divisa do Pará com Amapá, rodovia Federal


O mapa acima mostra nas extremidades as cidade de Placas (PA) e Vitória do Jari (AP) que serão interligadas por rodovia federal

Da Assessoria de Imprensa

De Brasília – Em 08/06/2010

Trecho de aproximadamente 350 quilômetros que interliga as rodovias estaduais PA-254 a PA-473 até altura da BR-163 a BR-156 passará ser rodovia federal, caso o Senado da República aprove o Projeto de Lei 4786/09, já aprovado na Câmara dos Deputados (CD), apresentado pelo deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA).

A proposição que iniciou sua tramitação em março de 2009 na CD foi aprovada pela Comissão de Viação e Transporte (CVT) em agosto do ano passado. Para adequação de exigência da legislação, o relator na CVT, Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), apresentou substitutivo que inclui ligação do trecho das PA’s com a BR-163 até a BR-156, na divisa com o Amapá.

Com tramitação conclusiva nas comissões, a deliberação final na CD ocorreu no último dia 08/04 quando a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou a constitucionalidade da proposição e o mérito dado pela CVT. Para ir ao Senado, falta apenas a aprovação da Redação Final por parte da CCJ.

O autor da matéria, Giovanni Queiroz, considera que o Legislativo está fazendo a sua parte. Segundo afirmou: “a partir do momento em que o PL tornar Lei, o trecho que interliga os municípios de Placas à Jutuarana, no extremo noroeste do Pará, e ao município de Vitória do Jarí, no Amapá, poderão receber recursos do orçamento federal”, disse.

No Senado, a proposição tramitará em caráter terminativo nas comissões daquela Casa, ou seja, sem a necessidade de apreciação pelo plenário, assim como aconteceu na CD. O autor do PL, Giovanni Queiroz, assim como todos os demais relatores da proposição, consideram a iniciativa de extrema importância para o desenvolvimento da região norte do País.

Para ler o PL 4786/09 do deputado Giovanni Queiroz clique aqui.

Para ler o substitutivo do PL 4786/09 do deputado Giovanni Queiroz aprovado na CVT e CCJ clique aqui.

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Humberto Azevedo

Assessor de Imprensa-Adjunto do Deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA)

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quinta-feira, junho 03, 2010

Venha para a 17ª edição da Expo Pólo Carajás em Redenção (PA)

Confira a programação ofical da 17ª Expo do Pólo Carajás.



Ciclo de Palestras reúne o que há de melhor na tecnologia de ponta da produção agropecuária brasileira

















clique nas imagens para ampliá-las.


Começa neste sábado em Redenção a 17ª Expo do Pólo Carajás. A região já vive o clima da festa, que aquece a economia e atrai milhares de visitantes.

Município que concentra o maior mercado de compra e venda de boi, Redenção cidade que concentra o maior Pólo agropecuário da região sul do Pará, realiza a partir deste sábado (5), durante uma semana, a maior festa anual de toda a região Norte do país do setor do agronegócio.

A expectativa do Sindicato Rural de Redenção (SRR) é que a 17ª edição da Expo do Pólo Carajás, supere os negócios da edição anterior e supere a casa do milhão de reais entre leilões, contratos de exportação de boi vivo para o exterior; fornecimento de carne para as 18 plantas industriais que operam na região, grãos, implementos agrícolas, máquinas, produtos veterinários e contratação de consultorias para atender a grande demanda em busca do melhoramento genético do plantel que é considerado um dos melhores do mundo.

Autoridades, pesquisadores, pecuaristas de renome, empresas que se destacam em eficiência, famílias dos produtores rurais, milhares de jovens e trabalhadores, participam no sábado, pela manhã da tradicional cavalgada que marca a abertura do evento.

A noite, no Parque de Exposições Pantaleão Lourenço Ferreira, é aberta oficialmente o evento com uma monumental queima de fogos, rodeio e show com atrações de renome nacional.

Na sede do Sindicato Rural de Redenção, a movimentação é intensa. São expositores, operários e os coordenadores das diversas comissões da organização do evento. Como todos os anos o Baile do Cowboy, com a banda Caipira Country, é uma prévia do que será a Exposição. Na oportunidade também será apresentada a Rainha da Expo 2010.

A abertura oficial acontece no sábado (5), iniciando o dia com a cavalgada ruralista, uma festa do homem e da mulher do campo, que através de centenas de cavalos desfilam pelas ruas da cidade, numa demonstração de força, união e tradição pelas ruas da cidade. A disputa pelos prêmios dos mais novos e mais experientes cavaleiros, a mais bela amazonas, a maior comitiva entre várias outras categorias, é bastante concorrida. Mas é a noite no auditório do Parque de Exposições, que o Sindicato Rural de Redenção abre oficialmente o evento, com a presença de políticos, autoridades, representantes de Classes e produtores rurais.

Este ano o SRR irá homenagear profissionais de três segmentos: na pecuária, Roberto Paulinelli – proprietário do Frigorífico Rio Maria; na agricultura, Everaldo Tenório - dono da Fazenda Raízes; e no meio ambiente, a Floresteca.

Pela cidade de Redenção, o movimento dos populares é cada vez maior, e a procura pelas lojas de roupas do estilo country, botas, chapéus, e o comércio em geral como hotéis e restaurantes chega a triplicar essa época.

A Exposição Agropecuária 2010 conta com o apoio da FAEPA e promete receber um grande público nas dependências do Parque, além de shows, como o do mais novo astro da música sertaneja universitária, Luan Santana; uma estrutura ainda maior de rodeio, Leilões, mostra comercial, industrial e animal, e uma ampla praça de alimentação.

Para a presidente do SRR, Rosangela Hanemann, o evento é resultado de muito esforço, “aguardamos a presença d todos, pois a Expo irá mostrar o potencial do Agronegócio no Sul do Pará e a diversificação do comércio regional”, diz a presidente.

3º Simpósio de Palestras
Durante a 17ª Expo do Pólo Carajás, O Sindicato dos Produtores Rurais de Redenção, Pau D’ Arco, Bannach e Cumaru do Norte, apresenta mais um grande ciclo de palestras com a presença de pesquisadores de renome nacional. Um dos palestrantes de destaque no evento é o consultor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Omar Hennemann, que ministrará o tema “Ser melhor, o desafio de cada dia”. A palestra motivacional promete incentivar os produtores rurais, maioria presente no evento, nas atividades que desenvolvem em seu dia-a-dia.

Segurança Rural
Fora da programação oficial, porém tão importante quanto, a expressiva presença de autoridades das diversas esferas do poder ensejará debates sobre os problemas que afetam diretamente o setor, tais como: as invasões de terras produtivas, insegurança rural, violência no campo, trabalho escravo, regularização fundiária e a tramitação no Congresso Nacional do Projeto de Lei que pretende revisar o Código Florestal Brasileiro.

A região está se destacando, ainda, como uma das mais promissoras para a silvicultura. A recomposição florestal é vista hoje, pelos produtores do sul do Pará como um excelente negócio, e para tal, querem uma resposta proporcional aos investimentos privados de incentivos governamentais para a consolidação do setor.

Na região do Carajás, está presente o maior pólo mineral do mundo e é expressivo o crescimento do setor que começa a verticalizar essa riqueza, agregando valor à matéria prima extraída.
O desmatamento para a queima de carvão vegetal para alimentar os altos fornos do Distrito Industrial do Carajás, gerou um imenso passivo ambiental que agora começa a ser resgatado com os inúmeros projetos de reflorestamento em curso na região.

Os produtores aguardam com certa ansiedade a implementação pelo governo federal do Distrito Florestal do Carajás, plano interministerial para mitigar os efeitos negativos ao meio ambiente, trazendo consigo um pacote de medidas e incentivos para alavancar a outra principal vocação da região: o reflorestamento na borda da Floresta Amazônica.

(Lorena Daibes, Maurício Bonoli e Val-André Mutran)


Serviço:

Cerimonial Expo 2010
Sindicato Rural de Redenção
94-3424-1549/3424-2233
94-8125-6040

quarta-feira, maio 19, 2010

Eleita nova diretoria da Frente Parlamentar da Agricultura

















Os parlamentares da bancada do agronegócio elegeram nesta terça-feira (18) a nova diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária. Assumem a diretoria o deputado federal Moreira Mendes (PPS/RO) como presidente e Giovanni Queiroz (PDT/PA) na vice-presidência.

Para o presidente da Comissão de Agricultura, deputado federal Abelardo Lupion (DEM/PR), a Frente Parlamentar é um parceira da Comissão de Agricultura. “Enquanto que a Frente tem um importante papel de articulação com mais de 200 parlamentares da bancada, a Comissão é o braço institucional do debate agrícola no Parlamento”.

Ao novo presidente, Lupion destacou que Moreira Mendes “conquistou o espaço e fez por merecer a confiança depositada pela bancada”. O presidente da Capadr não deixou de reconhecer o trabalho realizado pelo deputado Valdir Colatto, presidente da Frente entre 2008 e 2009. ” Colatto tem a capacidade de discernir o que é bom ou mau para o produtor rural e isso é fundamental para o trabalho político articulado realizado no âmbito do Congresso Nacional”.

Giovanni Queiroz disse que “foi com muito prazer que viu seu nome indicado para ser o representante da Região Norte da Frente Parlamentar da Agricultura, presidida pelo companheiro combativo, determinado que caracteriza o deputado Moreira Mendes”.

Código Florestal – Num momento em que está sendo discutido a revisão do Código Florestal, inclusive a possibilidade de ampliá-lo para uma Código Ambiental, o deputado Giovanni Queiroz acredita que a atuação da Frente Parlamentar da Agricultura, nesse processo, é de fundamental importância.

“Penso que já era tempo de discutirmos essa importante questão. Muitos de nós estamos ai com um código regido por remendos e que nunca teve atenção para com o setor produtivo rural. E que não disciplina apenas a área rural, como também a urbana também. A ocupação do solo e procedimentos outros”, explicou.

O parlamentar entende que a Comissão Especial criada para analisar a reforma do Código Florestal no âmbito da Câmara dos Deputados, foi muito feliz ao eleger como relator o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). “O companheiro Rebelo tem tido uma visão extraordinária do tema.
Tem demonstrado todo o cuidado com o complexo tema, até mesmo porque a sua história de lutas o credencia para tal desafio”, elogiou Queiroz.

Previsto para ser apresentado até o final deste mês, o relatório do deputado Aldo Rebelo deve ser votado na Comissão Especial e de lá seguirá para votação no Plenário.

Moreira Mendes e Giovanni Queiroz assumem um mandato de dois anos.

Texto: Val-André Mutran com Agências.

quarta-feira, março 31, 2010

Resultado acachapante para a Chapa 2

Eis os números do resultado ofocial das eleições da ASCADE.

Chapa 1 - 285

Chapa 2 - 427

Chapa 3 - 137

Votos Brancos - 6

Total de votantes: 855 votos.

Parabéns aos vencedores e meus cumprimentos ao derrotados. Todos, de alto nível.

Chapa 2 vence as eleições da ASCADE

Daqui a pouco a finalização dos números.

Um comentário: eleições limpas, de alto nível e sem baixarias. Dignas de uma dos melhores clubes do Brasil.

A transparência é fundamental para qualquer pretensão de poder

Administração trasparente é sinônimo de credibilidade em qualquer organização humana.

A Chapa 2 -- Atitude --, provou isso com o avanço da apuração dos votos.

Partindo de uma organização exemplar, nomes experientes e um grupo apaixonado pela ASCADE; adquiriu rapidamente a simpatia dos associados com propostas que agradaram em cheio aos que pagam suas mensalidades em dia --e, principalmente, prestigiam o Clube em suas horas de lazer.

Sem embromation, como se diz hoje dia para qualificar o velho e manjado proselitismo político, os candidatos, agora, quase sacramentados como grande vencedores de uma leição durríssima; ensinaram aos concorrentes que propostas têm que agradar, antes de tudo, ao aleitorado.

Outra ótima novidade foi a grande sacada de fechar questão na montagem da direção da Diretoria, lançando como presidente uma mulher -- a nossa querida Fátima Mosqueira.

Foram quatro Eixos principais a serem trabalhados com insistência e boa Comunicação, quer visual, quer no corpo-a-corpo, das propostas:

1- Construções;
2- Esportes;
3- Institucional e
4- Social.

Descato, que pela primeira vez numa campanha para a ASCADE, uma chapa concorrente preocupou-se em valorizar os associados que não pertencem ao quadro dos funcionários efetivos da Câmara dos Deputados.

Penso que, foi fundamental o convecimento desse eleitorado, históricamente desprezado por motivos que ninguém sabe, visto que pagam os mesmíssimos valores de mensalidade e outras despesas, igualmente como os chamados "primos ricos". Pelo menos assim é o que eles se acham. Ou não?

As urnas falarão mais alto, daqui a pouquinho, quando o resultado oficial for divulgado.

Eleição só se ganha no dia. Mas, nem tanto!

As urnas da concorrida disputa para a consagrar a nova diretoria da ASCADE -- O Clube dos Funcionários da Câmara dos Deputados --, disputada por três chapas, algo inédito na última década, revela, definitivamente, que os tempos mudaram.

A Chapa 1, da situação, acreditou que os tempos permanecem como um quadro parado no tempo e no espaço. A segunda administração foi estática e sem qualquer benefício para os associados. Pelo contrário, o que se viu nesse período foi um brutal aumento dos preços do restaurante; a injustificada paralização das obras da Sede Náutica e o antipático repasse aos associados do pagamento das obrigações trabalhistas do 13.o salário dos empregados do Clube que, diz-se, tem uma folha inchada e desestimulada.

O resultado pode-se conferir após meia hora de apuração, em que os números, falam por si só. Segundo fonte do blog que acompanha em tempo real a apuração, a vantagem está 3 por 1 a favor da Chapa 2 --mais conhecida como Atitude.

Vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos. l

Chapa 2 lidera boca de urna para diretoria da Ascade

Ascade elege hoje nova diretoria

O blog é CHAPA 2

domingo, março 07, 2010

Corretor dá prejuízo milionário em investidores de Brasília

Um golpe de R$ 30 milhões

Vicente Nunes

MERCADO FINANCEIRO

CVM e BM&F Bovespa investigam denúncias de investidores de Brasília contra o agente autônomo Gustavo Lima e a Corretora Fator

O mercado acionário de Brasília está em polvorosa. Um grupo de investidores encaminhou denúncias à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à BM&F Bovespa alegando ter arcado com prejuízos de pelo menos R$ 30 milhões em um golpe. Nos relatos, alguns desses investidores afirmam que perderam tudo o que tinham aplicado em ações e ainda estão devendo até R$ 1 milhão em operações de altíssimo risco fechadas nos mercados a termo e de opções, contratos derivativos recomendados apenas a profissionais altamente qualificados.

Pelo que consta nos processos abertos pela CVM para investigar possíveis irregularidades, os investidores — dois deles, funcionários do Banco Central — acusam o agente autônomo Gustavo Lima Júnior, sócio da Lima Júnior Investimentos, de ter fechado, sem autorização deles, operações a termo e de opções, nas quais se combinam preços de determinadas ações em uma data específica — valores que, se não forem alcançados, podem levar a enormes prejuízos. Os negócios foram realizados por meio da Corretora Fator, da qual Lima Júnior é representante no Distrito Federal.

De um total de 10 investidores que se dizem lesados pelo agente autônomo e pela Corretora Fator, três descreveram com detalhes ao Correio como perderam quase tudo o que tinham aplicado no mercado acionário. Ao longo de 2007, eles teriam sido convencidos por Lima Júnior a aproveitarem o bom momento da bolsa de valores e a operar por meio da Fator. Por lei, no entanto, Lima Júnior não poderia gerir a carteira de investimentos dessas pessoas. Ou seja, decidir por elas o que comprar e o que vender na bolsa. Como agente autônomo, caberia a ele apenas receber as ordens de seus clientes e repassá-las à corretora que representava. Indicar negócios caracterizaria conflito de interesse, pois sobre cada operação ele receberia um taxa de corretagem variando, normalmente, entre 0,5% e 1%.

Extratos fraudados
Nos processos que correm na CVM, os investidores asseguram que Lima Júnior não só decidia o que comprar e o que vender, como os estimulava as operações com derivativos. Com o estouro da crise mundial, em setembro de 2008, as perdas começaram a aparecer. Mas, quando indagado pelos investidores, o agente autônomo dizia que tudo ficaria bem. “Ao mesmo tempo, ele nos obrigava a fazer aportes adicionais de recursos, muitas vezes em valores superiores a R$ 100 mil”, conta um dos três investidores ouvidos pelo Correio sob a condição de se manter no anonimato.

Os investidores ressaltam ainda que, em várias ocasiões, Lima Júnior teria lhes apresentado extratos fraudados de suas aplicações, mostrando ganhos que nunca existiram. Sobre esses rendimentos ele cobrava uma taxa de comissão (performance) de 10%. “Tenho, inclusive, cópias de cheques que comprovam esses pagamentos”, afirma um segundo denunciante. “Ou seja, ele ganhava duas vezes: com as corretagens pagas pela Fator e com as taxas de comissão”, complementa o terceiro investidor.

Na avaliação dos investidores, a “irresponsabilidade e a má-fé” com que Lima Neto agia tinham por objetivo gerar o maior volume possível de corretagem e de comissões para que ele pudesse pagar um empréstimo de quase R$ 3 milhões que havia tomado do Banco Fator, controlador da corretora do mesmo nome. Também, segundo eles, seria esse o motivo de os dirigentes da corretora terem feito “vista grossa” para as irregularidades cometidas pelo agente autônomo.


Domingo, 7 de março de 2010
ECONOMIA 16
Acusados negam fraudes

Os investidores que se dizem lesados pelo agente autônomo Gustavo Lima Júnior e pela Corretora Fator pedem punições severas por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Eles também querem que BM&F Bovespa use os recursos do Fundo de Ressarcimento de Prejuízos, uma poupança formada pela bolsa, para cobrir as perdas que lhes teriam sido impostas. Procurada pelo Correio, a bolsa não quis se manifestar sobre o assunto. A CVM alegou que as investigações correm em sigilo.

Por meio de sua assessoria, a Fator assegurou que segue à risca todas as determinações dos agentes reguladores e que, em momento algum, permitiu que Lima Júnior gerisse a carteira de ações de seus clientes. O agente autônomo só repassava à corretora as ordens dadas pelos investidores. A Fator admitiu que, até agora, foi notificada sobre duas queixas à BM&F Bovespa e três junto à CVM.

Lima Júnior também negou as irregularidades. “Segui exatamente o que determina a CVM. Todas as acusações são mentirosas. Os investidores que se dizem vítimas são pessoas com longa atuação no mercado, que sabiam os riscos que estavam assumindo”, assinalou. Ele disse que dispõe de gravações de todas as ordens repassadas pelos investidores, que serão entregues à CVM. Assegurou que “jamais” recebeu qualquer comissão dos investidores e negou ter feito empréstimo com o Banco Fator. (VN)

Segui exatamente o que determina a CVM. Todas as acusações são mentirosas”

Gustavo Lima Júnior, agente autônomo


Domingo, 7 de março de 2010
ECONOMIA 16
Legislação ficará mais rígida

Otávio Yasbek diz que corretoras devem responder por irregularidades

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai tornar mais rígida a legislação que rege a relação entres os agentes autônomos do mercado de capitais e as corretoras de valores mobiliários. A meta, diz o diretor da autarquia, Otávio Yasbek, é dar maior responsabilidade às corretoras no caso de irregularidades cometidas pelos agentes com os quais elas operam. Hoje, se um agente autônomo — como é o caso de Gustavo Lima Júnior, acusado de dar prejuízos de R$ 30 milhões a investidores do Distrito Federal — comete alguma fraude, a corretora que fechou os negócios intermediados por ele está isenta de responsabilidades. “O nosso objetivo é dividir responsabilidades. Com isso, daremos maior segurança aos investidores”, diz Yasbek. “Não queremos mais ouvir das corretoras que elas não sabiam de nada quando questionarmos as reclamações que recebemos”, emenda.

Ele ressalta que a decisão de endurecer a legislação foi tomada devido ao crescente número de reclamações de investidores vítimas de golpes de agentes. “Dentro de um mês e meio ou dois, colocaremos as nossas propostas em audiência pública. Todos os participantes do mercado terão pelo menos 30 dias para dar sugestões”, destaca. A CVM pretende, entre outras coisas, exigir que os agentes autônomos especifiquem bem o perfil de investidores que atendem. Assim, se um aplicador mais conservador de repente começar a assumir riscos demais, a corretora com a qual o agente opera poderá intervir para evitar futuras perdas.

Na visão do diretor da CVM, ao criar um conjunto de obrigações e de normas para acompanhar as operações, a autarquia fortalecerá o papel dos agentes autônomos, importantíssimos para o crescimento do mercado de capitais além do eixo Rio-São Paulo, onde está a maior parte das corretoras. “Uma das pré-condições para o mercado de varejo (pessoas físicas) se expandir é dar maior segurança e transparência às operações”, assinala. (VN)

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Acéfalo, governo do DF não sabe como será a festa dos 50 anos de fundação de Brasília

E a festa, como vai ficar?

Com a saída de Paulo Octávio do GDF, a comissão que discutia a programação dos 50 anos da capital foi dissolvida. Novos rumos para a comemoração, que já incluiu Madonna e Roberto Carlos nos planos, serão tomados pelo governador interino, Wilson Lima

Após fazer muito barulho e anunciar, entre outros, Roberto Carlos, Madonna, Paul McCartney, Beyoncé e U2, o Governo do Distrito Federal (GDF) praticamente enterrou seus planos ambiciosos para as festividades oficiais dos 50 anos de Brasília. A comissão criada há sete meses para organizar o evento foi dissolvida ontem. Doze dos 20 integrantes concluíram não ter mais o que fazer com a saída de Paulo Octávio (sem partido) do governo. Ele presidia o comitê.

Agora, tudo depende da vontade do governador interino, Wilson Lima (PR), com quem os membros da comissão do cinquentenário pretendem se encontrar hoje. Na reunião, que deve contar com a presença do ex-vice-governador do DF, Paulo Octávio, Lima receberá um relatório dos trabalhos e planos do grupo para a festa. O documento, no entanto, trará uma relação de nomes bem menos badalados do que os anunciados inicialmente como atrações principais para o evento de 21 de abril, data do aniversário da cidade.

No lugar das estrelas internacionais, o comitê vai propor apenas artistas brasileiros. A dupla sertaneja Bruno e Marrone, os meninos do NX Zero e os veteranos dos Paralamas do Sucesso são os principais nomes da lista (veja quadro). Victor e Leo e Chiclete com Banana foram retirados de última hora por terem shows marcados para Brasília em março. Mas não há garantia da apresentação de nenhum grupo musical na Esplanada dos Ministérios no dia dos 50 anos. Isso porque não há verba prevista.

Para a festa de 21 de abril, o comitê estima que sejam necessários mais R$ 12 milhões - além dos cerca de R$ 10 milhões liberados em 2009, incluindo os R$ 3 milhões para a escola carioca de samba Beija-Flor, que teve como enredo o cinquentenário de Brasília. Os R$ 22 milhões totais seriam suficientes para bancar os 55 projetos aprovados pela comissão (livros, exposições, novela, entre outros) e o evento do dia do cinquentenário, que, além dos shows musicais, incluiria competições esportivas, como torneios de vôlei de praia e basquete de rua.

Autorizado

Parte dos projetos foi executado com o dinheiro liberado ano passado, quando o então governador Arruda autorizou R$ 20 milhões para os eventos dos 50 anos. Mas apenas cerca da metade dessa verba acabou destinada aos projetos. "Tem projeto aprovado, de R$ 10 milhões, que inclui R$ 1 milhão do GDF e o restante da iniciativa privada, que está pronto, mas ainda não recebeu a nossa parte. E isso tem que ser resolvido. Essas pessoas não podem tomar calote", afirmou o secretário de Cultura do DF, Silvestre Gorgulho, vice-presidente da comissão do cinquentenário.

Gorgulho pretende participar do encontro de hoje com o novo governador. "Vamos sentar com Wilson Lima e os secretários de Fazenda (André Clemente) e de Planejamento (Ricardo Pena). Eles é que vão bater o martelo. Podem até dizer que não haverá dinheiro. Assim, não haverá festa oficial", afirmou Gorgulho. Sem o comitê, a organização das festividades ficará, a princípio, com a Brasíliatur, a agência de turismo do GDF, controlada politicamente por Paulo Octávio. Ele e o presidente da estatal, João Oliveira, eram colegas de partido até terça-feira, quando Octávio deixou o DEM para evitar a expulsão sumária.

João Oliveira também desfiliou-se ontem do DEM, mas para ficar no governo. "Sou um técnico e tenho um projeto para a cidade, que merece mais que nunca uma festa à altura da sua importância, sua história", ressaltou. O presidente da Brasiliatur disse ainda que a crise política não tira o brilho de uma eventual festa na Esplanada dos Ministérios. "O que tem a ver uma coisa com a outra? Seria o mesmo que cancelarmos a festa de aniversário de uma pessoa por causa de um problema gerado por outras", argumentou. Ele, no entanto, destacou que tudo está nas mãos de Wilson Lima. "O novo governador pode até, por meio de decreto, criar uma nova comissão."

Apesar do otimismo de João Oliveira, o governo local não atualiza o site oficial do cinquentenário (www.brasiliafaz50anos.com.br) há 15 dias. Paulo Octávio não foi encontrado para falar sobre o assunto e Wilson Lima ainda não falou como governador empossado.

BRIGA DE PODER

A ideia de reunir Paul McCartney e Roberto Carlos partiu do ex-vice-governador Paulo Octávio. Ele vinha defendendo o projeto mesmo a contragosto de integrantes do governo - entre eles, Fábio Simão, ex-chefe de gabinete do governador JOSÉ ROBERTO ARRUDA. Simão, que esteve à frente dos showmícios das campanhas de JOSÉ ROBERTO ARRUDA, do ex-governador Joaquim Roriz (PSC) e do senador cassado Luiz Estevão, também concentrava a organização dos eventos no atual governo, como a festa de inauguração do Estádio Bezerrão, ano passado. Ele ainda acumulava a função de gerente da Copa 2014 em Brasília. Simão acabou afastado do governo após aparecer nas imagens do suposto esquema de propinas.

Memória

Evento grandioso, a princípio

O Governo do Distrito Federal instaurou, em 16 de julho de 2009, a comissão executiva que coordenaria os trabalhos para a festa dos 50 anos de Brasília. A partir de então, toda ação que estivesse relacionada ao cinquentenário passaria pelo crivo do grupo, composto inicialmente por sete integrantes e presidido pelo então vice-governador Paulo Octávio. Eles se reuniriam toda quarta-feira, em um almoço de trabalho na Residência Oficial de Águas Claras.

No primeiro encontro, Paulo Octávio pediu empenho de todos para que a festa fosse a maior que o Brasil já viu. Segundo ele, nove meses era tempo suficiente para se fazer um belo evento na Esplanada dos Ministérios. "O calendário prévio será apresentado nos próximos 20 dias. A partir daí é arregaçar as mangas e trabalhar para que a capital tenha sua maior festa desde a inauguração, em 1960", disse, na época.

Algumas ideias para o cinquentenário foram discutidas de imediato. O lançamento oficial das comemorações da data histórica ocorreu em 12 de setembro, data alusiva ao nascimento do presidente Juscelino Kubitschek. O governo preparou, para isso, uma série de inaugurações de obras e eventos culturais em todas as cidades do Distrito Federal.

O ex-deputado federal Roberto Brant, membro da comissão, sugeriu para 2010 a realização do Fórum Social Mundial em Brasília. Seriam discutidas formas de desenvolvimento sustentável, além de novas ideias que levem à igualdade social. Isso seria feito meses antes da festa com o objetivo de atrair turistas para a capital.

Outra comissão, de caráter consultivo, foi formada e presidida pelo governador JOSÉ ROBERTO ARRUDA. Ela contava com 50 nomes de pessoas representantes de classes e entidades. A ideia era realizar um primeiro encontro desses notáveis já na próxima semana.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

ENTREVISTA com Dilma Roussef - ''Você acha que sou um poste?''

Revista Época

Em sua primeira entrevista como candidata à Presidência, a ministra Dilma Rousseff desafia os adversários a demonstrar maior experiência de governo do que ela

Por Eumano Silva, Guilherme Evelin e Helio Gurovitz

Dilma rousseff já fala como candidata à presidência. Falou pela primeira vez numa entrevista a ÉPOCA, concedida na última quinta-feira, dia de abertura do Congresso do PT que a aclamou como o nome do partido para disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Escolhida candidata por Lula, Dilma se apresenta como a melhor alternativa para dar continuidade aos projetos do atual governo. E faz questão de rebater a acusação dos adversários de que seja apenas um títere do presidente: “Duvido. Duvido que os grandes experientes em gestão tenham o nível de experiência que eu tenho. Duvido”. Mas, questionada sobre a possibilidade da volta de Lula em 2014, Dilma aceita a hipótese. “Sem sombra de dúvida, ele pode. O presidente chegou a um ponto de liderança pessoal, política, nacional e internacional que o futuro dele é o que ele quiser”, diz a ministra-chefe da Casa Civil – posto de Dilma até 2 de abril, quando deverá deixar o cargo para disputar as eleições presidenciais.

Na entrevista de quase duas horas, realizada no Centro Cultural Banco do Brasil, sede provisória da Presidência da República, Dilma expôs suas credenciais para comandar o Brasil, debateu planos de governo e falou claramente o que pensa sobre temas como o tamanho do Estado na economia, as privatizações, o aborto, a descriminalização das drogas, o câncer e a iminência de se tornar avó. Dilma chegou e saiu sorridente – como uma candidata pronta para desfazer a imagem da tecnocrata inflexível com que foi frequentemente caracterizada antes de sonhar com o Palácio do Planalto.

ÉPOCA – O que qualifica a senhora para ser presidente da República?
Dilma Rousseff – O governo Lula deu um passo gigantesco. Construiu um alicerce em cima do qual você pode estruturar a transformação de que o Brasil precisa. A partir de 2005, o presidente me deu a imensa oportunidade de coordenar o segundo governo dele. Estávamos enfrentando uma crise muito forte (o escândalo do mensalão) e uma disputa que tentava inviabilizar o governo. Ainda não tínhamos conseguido implantar a estabilidade de forma definitiva. A inflação e as contas públicas estavam sob controle, mas o crescimento ainda era baixo. As reservas também. Aí o investimento entrou na ordem do dia, e modificamos o jogo no segundo mandato do governo Lula. Tive a oportunidade de entrar exatamente nessa grande crise.


ÉPOCA – Em algum momento o presidente disse que a senhora seria candidata?
Dilma – O presidente nunca chegou para mim e disse: “Você vai ser a sucessora do meu governo”. Ele avaliou que participei da elaboração das principais políticas: o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o pré-sal, a TV Digital, a banda larga nas escolas. Todos os projetos do governo, de alguma forma, passaram pelo presidente e por mim. Uma das coisas que me credenciam para ser presidente é que conheço hoje o governo brasileiro de forma bastante circunstanciada, precisa e profunda. E conheço as necessidades para dar continuidade a esses projetos.


ÉPOCA – O que seria, num eventual governo da senhora, o passo seguinte?
Dilma – No Brasil, os governos sistematicamente não tinham projeto de desenvolvimento econômico-social que incluísse todos os brasileiros. A grande novidade do governo Lula é o olhar social. Não só porque estendemos benefícios econômicos aos mais pobres. Há uma profunda mudança cultural e moral quando você torna a população mais pobre do Brasil legítima interessada no desenvolvimento. A reação ao Bolsa Família mostra a aversão elitista a políticas sociais num país com a desigualdade do Brasil. Quando chamam o Bolsa Família de “bolsa-esmola”, é porque veem a política social como uma coisa ultrapassada. Alguns dizem que essa é a continuidade do passado. Não é. É a maior ruptura com o passado. Não dá para falar: “Eu fiz o Bolsa Família antes”. Ah é? Fez para quantos? O que buscamos é uma política para cuidar dos 190 milhões. Se você perguntar para mim: “Tá completo?”. Vou falar: “Nããão”.


ÉPOCA – Como presidente, o que a senhora faria que o governo Lula não fez? Como imprimiria sua marca?
Dilma – Vou participar até o dia 2 de abril do imenso esforço deste governo para mudar o Brasil. Isso me dá condições de olhar para a frente e falar que você não faz em oito anos uma transformação tão profunda. Há coisas que precisam de mais tempo para maturar. Talvez eu dê mais impulso e acelere mais, se eu ganhar a eleição, mas você vai precisar de uma sucessão de governos. Um exemplo: toda a política de inovação em pesquisa tecnológica. Conseguimos fazer um pedaço. Mas é preciso fazer no futuro muito mais: desenvolver uma cadeia de inovação para fármacos, uma para nanotecnologia, cuja infraestrutura já começou a ser feita. Entrar na economia do conhecimento é fundamental na próxima gestão. Teremos de dar suporte às universidades públicas, que estavam sucateadas, voltar a fazer pesquisa básica, dar suporte para termos trabalhadores especializados no ensino médio. Isso leva décadas.

"Uma das coisas que me credenciam para ser presidente é que conheço o governo de forma bastante circunstanciada, precisa e profunda. Conheço também as necessidades para dar continuidade aos projetos"




ÉPOCA – Que papel a senhora vê para o Estado nesse processo? Ele tem de ser dono de empresas? Ou estabelecer regras para garantir um ambiente estável para os negócios prosperarem?
Dilma – Os países ocidentais e desenvolvidos organizaram seus Estados para dar suporte à sociedade e às empresas privadas. Tanto é assim que um dos maiores compradores e organizadores da demanda privada nos EUA é o Pentágono, né? Essa discussão de Estado empresário é uma discussão da década de 50. Não é a deste momento no Brasil. Agora, somos contra a privatização de patrimônio público ou de estatais como Petrobras, Furnas, Chesf, Eletrobrás, Banco do Brasil, a Caixa. Essa é uma posição de governo que não tem nada a ver com Estado empresário, mas com a preservação do patrimônio público.

ÉPOCA – E no caso das estatais de áreas em que faltam investimentos, como a Infraero, que administra os aeroportos?
Dilma – Como a Infraero mexe com nosso espaço aéreo, é preciso ter cuidado. O que está certo é mudar a Infraero, abrir o capital, profissionalizar a gestão, torná-la mais eficaz. É o que o governo Lula defende (e eu defendo). A privatização dos aeroportos não pode ser tratada dessa forma, porque só há uns quatro lucrativos. O resto é deficitário. Qualquer modelo tem de ser bem discutido, ou você faz aquela privatização cujo custo é proibitivo para a sociedade, como foi feito com algumas ferrovias. Pelos contratos de concessão, as empresas têm direito de ficar com elas pelo tempo que quiserem sem fazer investimento, pois eles foram malfeitos.


ÉPOCA – Quando a senhora diz ser radicalmente contrária à privatização do patrimônio público, isso soa como crítica às privatizações do governo FHC, como se elas tivessem sido danosas...
Dilma – Não chegou a ser tão danoso como foi para países vizinhos, porque não conseguiram fazer tudo. Mas pegaram a Petrobras e começaram a tentar reduzi-la a uma dimensão menor. Impediram a verticalização da empresa, que ela tivesse ganhos de escala.


ÉPOCA – Mas a privatização da Petrobras estava impedida por lei...
Dilma – Achamos estranha aquela história do nome Petrobrax. Era uma tentativa de abrir o capital mais do que devia. A única parte do Brasil no nome da Petrobras é o “bras”. Se é capaz de transformar um S em X, tem dó... As intenções são muito claras!


ÉPOCA – E a privatização da Vale? E a das teles?
Dilma – Com as teles, acho que foi diferente. Em relação à Vale, vamos ter de fazer exigências a respeito do uso da riqueza natural. Isso não significa reestatizar. Ela pode ser perfeitamente privada, desde que submetida a controles. Só não acho possível concordar que a Vale exporte para a China minério de ferro e a gente importe bens e produtos siderúrgicos. Essa não é uma relação do nosso interesse como nação. Não vejo grandes problemas na Vale. Agora, vejo grandes problemas no setor elétrico. A privatização de Furnas foi impedida porque o pessoal se mobilizou. A visão que se tinha de não planejamento e de não visão de longo prazo no caso da energia deu no que deu em 2001 (ano do apagão). Sou contra privatizar o BNDES, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal. Minha gratidão com a história é que ela provou que a gente estava certo. Ai de nós se não tivéssemos os três bancos! Só conseguimos enfrentar a crise econômica porque tínhamos estrutura para enfrentá-la. Porque na hora da crise, quando o pavor bate...


ÉPOCA – Podemos mudar de assunto?
Dilma – Não, é que quero explorar muito essa história do Estado, sabe? O Estado mínimo tem uma perversidade monstruosa. Sabe qual é?

"Em relação à Vale, vamos ter de fazer exigências a respeito do uso da riqueza natural. Isso não significa reestatizar. Ela pode ser perfeitamente privada, desde que submetida a controles"




ÉPOCA – Qual é?
Dilma – Não investe em saneamento, não investe em habitação, deixa o país com uma das menores taxas de cobertura de esgoto, de drenagem. Tem outra perversidade: não considera o que tem de ser feito com subsídio. É isso o Estado mínimo a que o presidente Lula se refere. E concordo quando ele diz: para quem é rico, não interessa ter Estado. Para quem é pobre, o Estado ainda cumpre um papel fundamental. Qual é a diferença para os anos 50? Nos anos 50, o Estado empresário tinha lá sua função. Não tinha todas as empresas estruturadas. Como alguém em sã consciência, em pleno século XXI, em 2010, pode falar que o Estado brasileiro vai ser empresário? Isso é um equívoco monstruoso. Uma das grandes vantagens do Brasil é ter um setor privado forte. Vá a qualquer outro país da América Latina. Um dos problemas deles é que a economia é muito simples. Eles não têm empresários de porte. Nós estamos em outra fase. Somos um país cujas grandes empresas vão se internacionalizar. E quem é que vai apoiar isso? O Estado.


ÉPOCA – A oposição tem comparado sua candidatura à de um poste. O que a senhora acha dessa comparação?
Dilma – Você acha que, como ministra-chefe da Casa Civil, eu sou um poste?


ÉPOCA – Provavelmente quem diz isso acha que sim.
Dilma – Duvido. Duvido que os grandes experientes em gestão tenham o nível de experiência que eu tenho. Duvido.


ÉPOCA – A senhora tem esperança de que o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) desista de se candidatar a presidente?
Dilma – Para mim, seria muito bom que ele estivesse em meu palanque. Mas, seja qual for a decisão dele, vamos respeitar porque ele é do nosso campo. Ciro é uma pessoa especial. Foi um companheiro de governo e participou com a gente dos momentos mais difíceis quando, em 2005, o governo estava sofrendo um certo cerco. Quero estar com ele no mesmo palanque, mas não é a minha preferência que vai informar o que o deputado Ciro Gomes vai fazer.


ÉPOCA – Se a senhora for eleita, qual será o papel do presidente Lula em seu governo?
Dilma – Olha, estou falando o que eu gostaria, tá? Acho que o Lula seria um dos melhores conselheiros que alguém poderia ter.


ÉPOCA – A senhora trabalha com a hipótese de que Lula possa ser candidato à Presidência da República em 2014?
Dilma – Sem sombra de dúvida, ele pode.


ÉPOCA – Ele já falou sobre isso com a senhora?
Dilma – Não. Vocês não conhecem o presidente se me perguntam isso. Ele jamais falaria isso.


ÉPOCA – A senhora, eleita, abriria mão de se candidatar à reeleição?
Dilma – Desculpem, mas não vou fazer uma discussão dessas, né? O presidente Lula chegou a um ponto de liderança pessoal, política, nacional e internacional, que o futuro dele é o que ele quiser.


ÉPOCA – O PT deseja mais espaço num eventual governo Dilma, pois considera que a senhora está à esquerda do presidente Lula. A senhora concorda?
Dilma – Gente, que PT é esse? Dentro do PT não se fala isso.


ÉPOCA – Em entrevista ao blog de José DIrceu, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, diz que o partido espera mais protagonismo no governo Dilma.
Dilma – Maior protagonismo que teve no governo Lula?


ÉPOCA – Sim.
Dilma – Não sei o que Dutra quer dizer com isso. Porque o PT teve um grande protagonismo no governo Lula. E eu darei ao PT o grande protagonismo que o partido merece em qualquer governo. Agora, faremos um governo de coalizão.


ÉPOCA – A senhora é vista como durona e intransigente. Na Presidência, a senhora saberá ter a flexibilidade necessária para comandar um governo de coalizão?
Dilma – Na chefia da Casa Civil, meu nível de negociação é um. Os ministros são meus pares. Então, o tipo de conduta é um. Quando há divergência, quem desempata é o presidente. Sigo a orientação do presidente. Quando você exerce outra função, tem de fazer outro tipo de negociação.

ÉPOCA – Mas a senhora tem talento para a conciliação como o presidente Lula?
Dilma – Aprendi muito com ele. (risos) Isso aqui é uma escola. É uma coisa engraçada. Você aprende, por exemplo, que tem hora que é preciso deixar passar um tempo para tomar uma decisão. O presidente diz muito que onde estão os pés explica um pouco da cabeça.


ÉPOCA – Nos anos 60, a senhora foi guerrilheira e agora fala em democracia ocidental. Quando a senhora mudou?
Dilma – Eu tinha 15 ou 16 anos, quando a ditadura começou. De 1964 a 1968, houve um endurecimento do regime. Minha geração experimentou a pior cara da ditadura: o estreitamento e a desesperança de que você pode modificar o país por meio de processos democráticos. Então, alguém que acreditava que seria possível a democracia naquele período era ingênuo, porque a realidade contrariava quem pensava isso. Esse processo vai levar a minha prisão em 1970. E veja como é interessante a vida. Quanto pior vai ficando a repressão, mais valor você vai dando à democracia. Quando você está na cadeia e vê tortura, morte e o diabo, o valor da democracia e o direito de expressão e de discordar começam a ser cada vez mais um valor intrínseco. Esse mecanismo não é só meu. É de minha geração, que saiu das trevas em relação à democracia – e passou progressivamente a lutar por ela como um valor fundamental.

"Sem sombra de dúvida, ele (Lula) pode (ser candidato em 2014). Ele chegou a um ponto de liderança pessoal, política, nacional e internacional, que o futuro dele é o que ele quiser"



ÉPOCA – A senhora é a favor de julgar os acusados de tortura e terrorismo?
Dilma – As pessoas que, como eu, participaram do processo de resistência à ditadura foram presas, condenadas, cumpriram pena, tiveram seus direitos políticos cassados. Não há nenhuma similaridade com a condição daqueles que torturaram. A Lei de Anistia está vigente. Essa é uma questão que está no Supremo Tribunal Federal (STF). O que o Supremo decidir tem de ser acatado por todos. Agora, uma coisa é uma atividade de violência de pequenos grupos, a grande maioria com idade até 25 anos, 26 anos. Outra coisa, muito diferente, é a violência do Estado, porque é desproporcional. Tanto que nós fomos punidos, sem direito a recurso qualquer. Fui condenada e cumpri pena maior do que minha condenação. Ninguém me ressarciu de nada.


ÉPOCA – O ex-ministro José Dirceu, no dia de sua posse na Casa Civil, chamou-a de “camarada de armas”. A senhora gostou?
Dilma – Ele estava fazendo para mim um cumprimento, porque para ele era muito importante. Entendo assim. Havia várias características nas diferentes organizações de esquerda. A minha fazia certa crítica às ações armadas, principalmente assaltos a banco. Tínhamos uma crítica a isso, e isso está registrado. Não fui condenada por ação armada, porque não a pratiquei.


ÉPOCA – Como o câncer mudou sua vida?
Dilma – Olha, o câncer muda a relação da gente com a vida. A primeira coisa mais forte que muda é o imenso valor que você dá a apenas viver. A gente passa o tempo inteiro da vida falando: “Ah, mas eu vou fazer isso, eu vou fazer aquilo, amanhã vai ser assim”. O câncer fala assim para ti: “Na verdade, a coisa mais importante é viver”. Sua relação com a natureza passa a ser também muito forte. Você pensa: “Será que vou ver o sol bater nas árvores?”. Olhei e fiquei pensando nisso. Você começa a ver o mundo com um olhar melhor. A segunda coisa é que você percebe que, como em vários outros momentos da vida, você conta com você. Você pode se derrotar se botar para dentro a doença. Ela foi extraída, mas tem de ter muito cuidado para não deixar ela entrar para dentro da cabeça, dos sentimentos, da visão de mundo. É preciso ter cuidado com isso, com aquela coisa insidiosa que se chama medo, que todos temos. É uma relação que só se resolve com você. Sempre há uma busca de transcendência, você acredita numa força maior, sobretudo porque tem uma imensa solidariedade das pessoas. Elas te passam uma coisa, dizem: “Eu vou rezar por você”. Essa é uma relação muito forte. Dão medalhinha. Me deram muita Nossa Senhora, muita oração. Também dão remédios, mandam vários produtos, cartas, há manifestações muito comoventes. Essa questão da reza é muito forte.


ÉPOCA – A senhora rezou?
Dilma – Ah, você reza. Não é rezar, no sentido que a gente rezava quando era criança. Há outras formas. Tenho o hábito de recorrer a Nossa Senhora, por exemplo, quando o avião balança. Já tive turbulências pesadas na vida...


ÉPOCA – A senhora acredita em Deus?
Dilma – Não sei se é o seu Deus, mas eu acredito numa força maior do que a gente.


ÉPOCA – Mas uma religião específica, a senhora não tem?
Dilma – Não, mas respeito. Você tem de respeitar todas as religiões.


ÉPOCA – A senhora esteve num terreiro de candomblé na semana passada.
Dilma – Sim, estive. O Ilê Aiyê é um terreiro de candomblé muito bonito e tem uma obra social muito importante.


ÉPOCA – É visível que a senhora tem cuidado mais da aparência.
Dilma – Você acha que eu estou melhor, né? (Risos.)


ÉPOCA – Como a senhora lida com a vaidade?
Dilma – Toda mulher é vaidosa. Se você disser a uma mulher que ela vai tirar um retrato, ela vai começar a ajeitar o cabelo, a dar um jeitinho, mesmo que ela esteja à vontade, natural. Fiz coisas boas para mim: tirar os óculos. Quando fazia 40 graus, meu nariz assava. Eu não tenho o osso central (entre os olhos). Os óculos não seguravam, caíam. Eu ficava com isso aqui vermelho (aponta para o meio do nariz). Foi um grande alívio voltar a usar lente de contato. Achei uma marca que eu consigo usar. É bom porque às vezes leio sem óculos, dependendo da hora. Como vocês sabem, dei uma arrumada, fiz uma plástica. A pessoa que quer fazer uma plástica deve fazer. Mas é importante cuidar para não perder suas características nem ficar muito puxada.


ÉPOCA – A senhora fez plástica porque quis ou foi orientada por marqueteiros?
Dilma – Fiz porque botei minha lente. Quando você usa óculos, você não enxerga o rosto direito, e ele tampa suas rugas. Um dia de manhã, olhei meus olhos e falei: “Meu Deus do céu, que coisa horrorosa!”. Primeiro, fiz a lente. Depois, fiz a plástica. Eu me achei muito velha, então dei uma mudadinha. Não fiquei nova como eu queria, não, mas acho que melhorou! (Risos.)


ÉPOCA – A senhora pode ser a primeira mulher presidente do Brasil. Paradoxalmente, nas pesquisas a maior resistência a seu nome se dá entre as mulheres. Por que isso acontece?
Dilma – É simples. As mulheres são mais críticas e analíticas. Vai passar um tempo, elas vão analisar, analisar, analisar. Espero que essa não seja a realidade depois. Quem me chamou a atenção para isso foram outras mulheres candidatas. As mulheres precisam primeiro confiar, levam um tempo maior a tomar posição. Mas, depois que tomam, nada nem ninguém as demove. Como vocês devem saber por experiência própria. (Risos.)


ÉPOCA – Qual é sua posição sobre o aborto?
Dilma – Nenhuma mulher, feminista ou não, é a favor do aborto. Se você é mulher, consegue imaginar o que o aborto produz numa pessoa, o nível de violência que é. É extremamente distorcida essa questão de falar que fulana ou beltrana é a favor ou contra o aborto. É a favor ou contra o quê? Sou a favor de que haja uma política que trate o aborto como uma questão de saúde pública. As mulheres que não têm acesso a uma clínica particular e moram na periferia tomam uma porção de chá, usam aquelas agulhas de tricô, se submetem a uma violência inimaginável. Por isso, sou a favor de uma política de saúde pública para o aborto.

"Não acho que podemos tratar da droga com descriminalização. Estou muito preocupada com o crack. Crack mata, é muito barato e está entrando em toda periferia e nas pequenas cidades"

ÉPOCA – Alguma mulher próxima à senhora fez aborto?
Dilma – Conheci mulheres que passaram por isso. Amigas minhas fizeram. Todas foram fazer chorando e saíram chorando. Não conheço uma que não tenha sido assim. Nunca tive de fazer aborto. Apenas, tive uma gravidez tubária.


ÉPOCA – Como a senhora vê a descriminalização das drogas?
Dilma – A droga é uma coisa muito complicada. Não podemos tratar da questão da droga no Brasil só com descriminalização. Estou muito preocupada com o crack. O crack mata, é muito barato, está entrando em toda periferia e nas pequenas cidades. Não vamos tratar o crack única e exclusivamente com repressão, mas com uma grande rede social, que o governo integra. Há muita entidade filantrópica nas clínicas de recuperação. A gente tem de cuidar de recuperar quem já está viciado e cuidar de impedir que entrem outros. Tem de cuidar também para criar uma política de esclarecimento sobre isso. Não acho que os órgãos governamentais, Estado, municípios e União, vão conseguir sozinhos. Vamos precisar de todas as igrejas e entidades que têm uma política efetiva de combate às drogas. A questão da droga no século XXI é muito diferente daquele tempo de Woodstock, que tinha um componente libertário.


ÉPOCA – A senhora é a favor da repressão mesmo no caso de drogas leves, como a maconha?
Dilma – Não conheço nenhum estudo que comprove que a droga leve não seja o passo para outra. Esse é o problema. Num país com 50 milhões de jovens entre 15 e 29 anos, é complicado falar em descriminalização, a não ser que seja para fazer um controle social abusivo da droga. Não temos os instrumentos para fazer esse controle que outros países têm. A não ser que a gente tenha um avanço muito grande no controle social da droga, fazer um processo de descriminalização é um tiro no pé. O problema não é a maconha, mas é o crack. O crack é uma alternativa às drogas leves, médias, pesadas. Não é possível mais olhar pura e simplesmente para a maconha, que não é um caso tão extremo nem tão grave.


ÉPOCA – Qual é sua visão dos movimentos do Irã para fazer uma bomba atômica?
Dilma – É preciso discutir o Irã sob outra ótica. Depois da Guerra do Iraque, temo muito essa história de que o Irã está fazendo isso ou aquilo. Se você não der uma abertura para o diálogo com o Irã, você vai isolá-lo. O Irã é uma economia sofisticada, um país nacionalmente íntegro, com unidade, e com mais de 70 milhões de habitantes. Não é algo que se possa tratar dessa forma.


ÉPOCA – Mas o governo do Irã há anos não deixa os inspetores das Nações Unidas entrar lá...
Dilma – Vou perguntar uma coisa, a título de raciocínio. Não deu muito certo a política de invadir o Iraque e do Afeganistão, deu?


ÉPOCA – Provavelmente, não.
Dilma – Pois, então, cuide-se com a política bélica anti-Irã, ou cuide-se com o isolamento do Irã. O que se faz é fortalecer a liderança do Irã na área. A experiência recente tende a nos levar a ser um pouco mais críticos. Não somos a favor de que ninguém construa bombas atômicas por aí, mas temos de discutir o desarmamento. Não tem o menor sentido os que se armam apontarem seu dedo armado para os outros. Temos de discutir internacionalmente uma política de desarmamento. Nós, do governo Lula, somos a favor da inspeção das armas, somos a favor do uso da energia nuclear para fins pacíficos e também somos a favor de que haja diálogo. Sem diálogo, não se constrói uma política correta.

"Se você não der uma abertura para o diálogo com o Irã, vai isolá-lo. Não deu muito certo a política de invadir o Iraque e do Afeganistão, deu?"




ÉPOCA – A aproximação do Brasil com o Irã não afiança os abusos cometidos contra os opositores do regime?
Dilma – Quando a gente faz a mesma coisa com os Estados Unidos, estamos afiançando Guantánamo (prisão em Cuba para os acusados de terrorismo)? Ou o que aconteceu em Abu Ghraib (prisão do Iraque onde iraquianos foram torturados por americanos)? Não estamos fazendo isso. Estamos nos relacionando soberanamente. Essa posição de interferência na política interna dos outros já levou a muitos problemas no mundo. Um exemplo é o Haiti, produto de uma política internacional que se julgava no direito de exigir A, B, C ou D do povo haitiano. Deu no que deu, um desastre.


ÉPOCA – Vários governos da América Latina, em especial a Venezuela, tentam controlar a mídia e cercear a liberdade de opinião. Qual é sua opinião sobre o governo do presidente Hugo Chávez?
Dilma – No governo brasileiro, somos a favor da liberdade de imprensa e de livre manifestação, um direito fundamental da democracia. Não queremos cercear, controlar o conteúdo de jornais ou fazer nada similar. Mas não nos relacionamos com países exportando nosso modelo para ninguém, nem impondo esse modelo. Não fazemos isso. É muita pretensão quem acha que define de fora a política interna de um povo. Ela tem suas características, suas especificidades e suas realidades sociais. A Venezuela é uma realidade, nós somos outra. Temos uma relação com a Venezuela, sim, e mantemos essa relação. Temos também uma relação com o presidente Álvaro Uribe (da Colômbia), que está pedindo o terceiro mandato – e não tenho visto por aqui ninguém questionando o terceiro mandato dele.


ÉPOCA – A senhora vai ser avó. Como se sente?
Dilma – Ter filho é um evento, uma coisa única na vida. Na minha vida, um momento importante foi o nascimento de minha filha. Agora, filho dá um trabalhão danado. Primeiro, porque, quando você é marinheiro de primeira viagem, não desgruda o olho. Segundo, porque é sua responsabilidade criá-lo. Terceiro, porque, depois que o filho cresce, você ainda tem o impulso de proteger. Fica preocupado, quer saber, não dorme. Desconfio que ter neto é uma espécie de ser um pai, ou mãe, irresponsável. Você pode fazer tudo para ele. Confia que tem lá uma pessoa que vai proibir de comer chocolate todo dia, não vai dar refrigerante, não vai deixar tomar sorvete toda hora. É uma grande, uma imensa, uma fantástica invenção divina um neto. Eu aguardo o meu ansiosamente.